As perguntas elaboradas em uma folha, de pesquisa, foram diretas e as respostas otimizadas através de múltiplas escolhas da seguinte forma:1. Há quanto tempo você vive/pratica a sua fé? ( ) – de 01 ano ( ) 01 ano ( ) 02 anos ( ) + de 03 anos ( ) + de 03 anos. 2. Porque você a pratica? ( ) Tradição ( ) Conversão ( ) Não sabe responder. 3. O que mais lhe estimula a prática de sua fé? ( ) Renovo ( ) Caridade ( ) Prosperidade ( ) Arrependimento. 4. Você diria que a prática da sua fé está mais relacionada à: ( ) Vivência Comunitária ( ) Vivência Pessoal? 5. Você já ouviu falar em Teologia Ambiental? ( ) Não ( ) Sim, conheço ( ) Sim, mas não conheço. 6. No espaço em que você pratica a sua fé a questão ambiental é comentada? ( ) Sim ( ) Não 7. Quando foi a primeira vez que na sua comunidade de fé o tema ambiental foi enfocado? Caso a resposta for “nunca”, desconsidere a pergunta de nº 08. ( ) Nunca ( ) Sempre ( ) 01 ano atrás ( ) 02 anos atrás. 8. Se ele é/ou foi enfocado, pergunto: ele é enfocado com que freqüência? ( ) Todos os meses ( ) Cada semestre ( ) Cada ano ( ) Cada 02 anos. 9. Você avalia que a sua comunidade de fé, em relação à questão ambiental, é: ( ) Uma aliada ( ) Uma inimiga ( ) Não se importa.10. Você sabe o que é Ecologia Interior? ( ) Não ( ) Sim, conheço ( ) Sim, mas não conheço
Com este pudemos observar o tempo de fé de cada entrevistado, a motivação de sua fé, sua motivação de prática de fé e o conhecimento do assunto preposto. Ainda tomamos a liberdade de aferir o conhecimento sobre a Ecologia Interior, o qual, nós entendemos que seja propício para este primeiro momento.
De fato que o resultado mais esperado é baseado no conhecimento sobre teologia ambiental e daí termos conhecimento da importância que se dá em meio protestante.
Um total de 50 (cinqüenta) pessoas foram entrevistadas (todas em perfil acima mencionado). As entrevistas proporcionaram percentuais ajustados para a nossa pesquisa:
· 50% mencionaram professar a fé protestante por mais de 03 (três) anos
· 27% mencionaram professar a fé protestante por mais de 02 (dois) anos
· 13% mencionaram professar a fé protestante por mais de 01 (um) ano
· 10% mencionaram professar a fé protestante por menos de 01 ano.
· 100% mencionaram que a comunidade de fé é aliada das questões ambientais
· 70% mencionaram nunca ter ouvido falar em Teologia Ambiental
· 70% mencionaram que em suas comunidades não se fala em Teologia Ambiental
· 25% mencionaram já ter ouvido falar, mas não possuem conhecimento amplo
· 25% mencionaram já ter ouvido falar, mas não em suas comunidades de fé
· 05% mencionaram ter conhecimento sobre Teologia Ambiental
· 05% mencionaram ter ouvido falar sobre Teologia Ambiental, regularmente em suas comunidades de fé
· 90% mencionaram não conhecerem a Ecologia Interior (talvez conheçam com o nome de “Cura Interior”)
· 10% mencionaram que conhecem o assunto.
Entendemos, a partir desta pesquisa, que as comunidades de fé protestante não têm uma preocupação devida para esta questão ambiental, nem tão pouco, ao ensino de uma teologia concernente ao assunto ecológico, embora possamos encontrar logo nos primeiros capítulos de Genesis (Bíblia, regra de fé e de prática) a incumbência de Adão quanto à administração de tudo o que lhe foi conferido, ou seja, a natureza ou o ambiente.
O protestantismo está baseado em fé e prática daquilo que se crê. Ficamos atônitos nos perguntando do porque o esquecimento de um assunto de tão grande importância. Talvez estejam os protestantes de hoje, tais quais os de Tessalônica em tempos primórdios da Igreja, os quais foram exortados pelo apóstolo Paulo sobre a necessidade de vivermos a vida que o próprio Pai nos deu e, assim deixarmos a pós-vida para o momento certo. Uma frase de Richard Niebuhr chama a atenção: “A fé é o desapego dos que aguardam a madrugada e não perdem tempo olhando para trás”.
Não obstante, a maioria dos entrevistados nunca ter ouvido falar em Teologia Ambiental, ambos concordam veementemente que a Igreja deva ser uma grande aliada desta questão. Pensamos que sendo assim, talvez falte aos líderes tocarem neste assunto. Bem, para tocar no assunto é preciso estudar, é preciso conhecer, é preciso o interesse e o despertamento. É preciso uma teologia consciente e equilibrada quanto às questões ambientais, no intuito de vivermos esta vida (um presente de Deus), com qualidade. E não seria isto que Deus quer?
O que nos chamou atenção nesta pesquisa foi o enfoque dado ao espírito e não à mente e ao corpo. De certo que a Teologia menciona os caminhos dicotômicos e tricotômicos, em relação à constituição antropológica, no entanto, ambos lidam com o sobrenatural e o natural. Por que então enfocarmos somente o espiritual? Se uma parte de nós, seja espiritual, seja carnal, seja mental, estiver mal, acaso todo o ser não sentirá? É claro que sim. Então é preciso às comunidades protestantes e aos seus líderes uma preocupação maior neste sentido. Tratar o assunto de Ecologia Interior ou de Cura Interior nos parece irrelevante quando o que é realmente imprescindível é que ambos os termos tratem de corpo, alma e espírito. Claro que o ambiente em que vivemos é primordial neste equilíbrio.
Chegamos à conclusão que a fé protestante precisa ser educada no sentido ambiental. Os que professam esta fé estão prontos para serem ensinados, estão prontos para serem utilizados. Os líderes protestantes precisam se separar do neoliberalismo e se voltarem às Escrituras. Não defendemos uma “contra-contra reforma”, mas defendemos uma volta aos princípios de liberdade proposta por Deus. Aliás, a Reforma foi por isto. É preciso defender a liberdade de uma vida sadia, em sentido amplo. Vida sadia espiritualmente, vida sadia emocional e intelectualmente e vida sadia fisicamente. A fé protestante deve defender os seus ideais primórdios e se voltar para os princípios aos quais foi capaz de nascer, crescer e se movimentar. Por certo, um ideal libertário com amplitude ambiental e social.
pr. Me. Sergio Gil
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